Para alguns torcedores, a paixão pelo time do coração vai além das quatro linhas — e muito além do mapa. Foi com esse espírito que Laerte Ferreira, o Gibi, e Renê Carlos Elias deixaram Limeira rumo a Campo Grande, onde a Inter enfrentou o Operário pela Série D do Campeonato Brasileiro, no último sábado (31). Ao todo, a dupla rodou cerca de 900 km para estar nas arquibancadas do Estádio Jacques da Luz.
Eles não se intimidaram com a maratona. Gibi, de 42 anos, trabalha como motorista e é vice-presidente da torcida organizada.
“Pegamos a estrada às 10 da noite e chegamos por volta das 9 da manhã. Foi puxado, mas vale a pena pelo amor ao clube”, contou. Essa não foi a primeira vez que ele visitou o Mato Grosso do Sul — e elogiou o acolhimento. “Sempre que viemos pra cá, fomos bem recebidos. A galera daqui é parceira”.
Desta vez, foram só os dois no carro. Sem caravana, sem ônibus lotado, só a vontade de apoiar.
“A distância e o dia atrapalharam. Muita gente acabou desistindo, mas a gente fez questão de vir”, explicou Laerte. Já acostumados com longas jornadas, eles fazem questão de acompanhar a Inter onde ela estiver. “A gente roda o Brasil. A Série D é difícil, mas não deixamos de estar juntos”, reforçou.
Renê, caminhoneiro de 65 anos, carrega a Inter no coração desde a infância. Sempre que possível, está na estrada para ver o time jogar.
“Fui pra Cascavel, agora estou aqui e o próximo é Belo Horizonte. A gente segue junto”, disse, cheio de orgulho. Antes do jogo, ele mostrava confiança: “Acho que vamos sair com a vitória. A fase é boa, estamos na liderança”.
A animação não era à toa. No compromisso anterior, a Inter havia vencido o Itabirito por 3 a 1 em Minas Gerais, assumindo a ponta do grupo. A boa fase motivou até o presidente do clube, Danilo Maluf, a acompanhar de perto a delegação. Ele esteve no estádio e falou sobre o duelo.
“Jogo duro, físico, como é comum na Série D. Aqui ninguém é favorito”, avaliou. Sobre as longas viagens, minimizou: “É o tamanho do Brasil. A gente sabe como é, e estamos sendo muito bem recebidos por aqui. Isso faz diferença”.